terça-feira, novembro 21, 2006

CORRIDA DE VOADEIRAS E A IRRESPONSABILIDADE DA SEMES

A 1ª corrida de voadeiras de Porto Velho é um projeto do prefeito Roberto Sobrinho como forma de marcar sua administração também na área esportiva, criando um evento de renome com alguma particularidade regional. Algo parecido com a corrida de jericos em Alto Paraíso.

Para tanto, incumbiu a Semes- Secretaria Municipal de Esportes de preparar projeto e transformar o sonho em realidade.

A irresponsabilidade aliada a incompetência de pessoas que não possuem nenhuma ligação com o esporte e apenas “estão lá” por indicação política podem virar o sonho de Roberto em pesadelo.

Não vou me ater aos pequenos problemas detectados na formulação de projeto de tal envergadura e que principalmente coloca vidas humanas em risco.

Vou direto ao ponto principal.

A corrida não pode ser realizada. De acordo com instrução normativa da Marinha do Brasil, só pode participar de uma competição esportiva com barcos à motor quem for filiado a uma federação concernente.

A Federação rondoniense que resolveu dar “cobertura” ao evento é a FAER – Federação Aquática Estado de Rondônia ( diga-se de passagem que muito contribui para elevar o nome de Rondônia perante o Brasil) que realiza os campeonatos oficiais de natação no estado.
A FAER não tem nada a ver com corrida com motor de rabeta e popa. Seu presidente, pessoa que respeito e admiro está equivocado.

Uma coisa é fazer natação com jovens numa piscina. Outra é colocar marmanjos com barcos de alumínio ( corta que nem navalha) para correrem no Rio Madeira ( tem mais essa, rio considerado de risco para navegação, com toras e paus descendo) com motores de até 40 HP. E o agravante, sem ninguém com experiência para realizar manobras de competição.

Como vai ser feita a federação dos participantes? Vai todo mundo se filiar na FAER? Qual requisito vai ser exigido para ser considerado piloto profissional. ( Não existe corrida a motor de amadores)? Tem que saber nadar Borboleta?

Porque a FAER não cria o evento de quem atravessa o Rio Madeira nadando? Seria criativo e poderia trazer nadadores de renome nacional para tentar tal feito. Agora, corrida de barcos, definitivamente não é a praia da FAER.

Falando sério. É necessário urgência a fim de impedir tal sandice oficial. A corrida é pirata. Não tem cunho oficial. . O Ministério Público deve entrar no caso sob pena de omissão se o não fizer.

Existe gente capacitada e Rondônia para realizar evento deste porte. Do jeito que está sendo feito é brincadeira. Irresponsabilidade tem limites.

Perguntas que não querem calar:

De quanto foi o contrato da Semes com a FAER?

Qual o valor do evento?

Quem vai ser o diretor de provas ( o ideal era buscar alguém de fora com experiência para treinar o pessoal local, como fez a FMR – Motociclismo no inicio dos anos 90)?

Quem vai receber e quanto para “encobrir” uma irregularidade deste tamanho?

Quem será responsável pelas vidas dos atletas que por 1000 reais colocarão a vida em jogo. Quem garante uma pessoa com um motor 40 de cabo enrolado no Madeirão?

Vão usar capacete, coletes e outros itens de segurança?

Porque não fazer corrida só com motores de rabeta, menos potentes e mais folclóricos?

Nenhum comentário: